Córrego da Lagoa está desaparecendo Poluído com resíduos químicos, lixo e sem mata ciliar, córrego localizado no Santa Maria fica cada vez mais estreito 2.Jun.2010 | Valéria Araújo
DOURADOS – O Córrego da Lagoa, no Jardim Santa Maria, está morrendo. A afirmação é do presidente da Sociedade de Defesa Ambiental (Salvar) de Dourados, o engenheiro ambiental Luiz Carlos Ribeiro. Segundo ele, dia a dia, as águas do córrego dão lugar a lixo, produtos químicos e esgoto que chega de toda a parte da cidade. São canalizações proibidas pela lei ambiental e que desaguam a menos de 50 metros do local, causando grandes impactos ao meio ambiente. Uma das maiores preocupações está relacionada ao assoreamento.
Sem proteção alguma através de mata ciliar, todo e qualquer tipo de lixo e materiais poluidores caem diretamente dentro do córrego com as enxurradas. O pasto é a única alternativa que ladeia córrego, juntamente com os animais que utilizam o local para tomar água.
A poluição no córrego é tanta que já atinge outros afluentes como o Laranja Doce. Além de levar poluição para o resto dos córregos que atravessam a cidade, extinto, o Córrego da Lagoa pode diminuir consideravelmente o nível de água dos rios. "É um prejuízo grande e que precisa ser freado o quanto antes. O córrego é curto e está cada vez mais fácil de desaparecer", alerta.
PRESERVAÇÃO
Na contramão da destruição, alunos da Escola Estadual Floriano Viegas Machado, estão apresentando proposta ambiental "Nascentes de Dourados". O objetivo, segundo o coordenador do projeto, o professor Ênio Ribeiro de Oliveira é adquirir verbas por meio de diretrizes orçamentárias, para que sejam investidas na recuperação dos rios de Dourados. "Queremos levar a proposta para um debate municipal", ressalta.
Segundo ele, cerca de 350 alunos estão diretamente ligados ao programa. "Eles fazem atividades e estudos sobre os afluentes de Dourados e maneiras de preservação. Depois que eles se envolveram no projeto, muita coisa mudou dentro da escola. A preservação no ambiente escolar está bem melhor", comemora. O diretor da escola Darcísio Rodrigues de Matos calcula que em alguns córregos de Dourados a "morte" já chega a 60% do total deles. Ele acredita que o debate na esfera municipal seja a melhor forma de sensibilizar o poder público sobre a importância de se investir em Meio Ambiente. Prova disso, é que na última sessão da Câmara, a Vereadora Délia Razuk apresentou indicações à Prefeitura de Dourados solicitando providências em relação ao córrego da Lagoa.
Texto publicado em 2 de junho de 2010, no site do Jornal O Progresso
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