segunda-feira, 22 de março de 2010

Sobre o Projeto “S.O.S NASCENTES DO CÓRREGO DA LAGOA”


Como surgiu o Projeto?


No início do ano letivo (fevereiro de 2009), a direção e a coordenação da Escola Estadual Floriano Viegas Machado, solicitaram que nós, os professores, elaborássemos uma proposta de um projeto ambiental a ser desenvolvido pela Escola.
Inicialmente, a discussão envolveu, professores das disciplinas de biologia e geografia, da qual saiu à sugestão de que a Escola Viegas, em função do acúmulo de experiências desenvolvendo projetos ambientais em anos anteriores, apresentasse um que além de educar e conscientizar para práticas ambientais corretas, apresentasse as seguintes características:;
b) adotasse uma área ambiental visando preservá-la e revitalizá-la;
c) se constitua em uma espécie laboratório de ensaio, no município de Dourados, em escolas de forma que estas desenvolvam projetos formuladores de políticas públicas ambientais em Dourados mais ousadas visando à preservação dos nossos recursos hídricos.
Uma pré-proposta foi redigida e apresentada aos professores da escola no mês de abril; desta discussão resultou o melhoramento da mesma. Posteriormente esta proposta foi apresentada aos alunos dos 1º Anos do Ensino Médio do noturno, um dos públicos, alvo do projeto.
O lançamento oficial do Projeto ficou acertado para o dia 05 de junho de 2009. Vale lembrar que inicialmente o título dado ao Projeto foi: “Em Defesa das Áreas Ambientais da Cabeceira Alegre”; depois “Em Defesa das Áreas de Preservação de Dourados” e finalmente: "SOS Nascentes do Córrego da Lagoa”.
Para o lançamento solene do Projeto foram convidados representantes da comunidade, representantes da Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Ministério Público do Meio Ambiente e das Universidades Públicas e Privadas existentes em Dourados e das Escolas MunicipaisLaudemira Coutinho de Melo e Clarice Bastos Rosa, e o Arquiteto, Urbanista e Ambientalista, Luís Carlos Ribeiro, este último proferiu uma palestra sobre a questão ambiental em Dourados. A escolha de Luís Carlos se deu pelo fato de o mesmo estar há mais de 15 anos participando ativamente da luta em defesa do meio ambiente em Dourados.
No lançamento deste projeto houve uma série de atividades: paródias, poemas, exibição de vídeos produzidos pelos alunos da escola tendo como objeto a questão ambiental. O professor Enio Ribeiro (geografia) fez uma apresentação de como seria desenvolvido o Projeto. Vale lembrar que os professores Enio e Márcia Correia (biologia), no dia 04 de junho de 2009, estiveram conversando com os proprietários de parte da área onde estão localizadas as nascentes do Córrego Lagoa (Rosângela e Rezeile) quando foram explicar os objetivos do projeto e ao mesmo tempo pedirem a eles permissão para terem acesso as nascentes, objetivando a realização do mesmo. Os proprietários concordaram, revelando que na década de 90, houve uma negociação entre eles e a Prefeitura, na qual ficou acertado que esta para ter autorização para estender a rede de captação de água pluvial aproximadamente 50 metros das nascentes do Córrego da Lagoa, os isentaria de pagar o IPTU. Promessa não cumprida.
Rosângela e Reizele disseram que eles tem 15 vacas leiteiras pastando na área; sabem que ambientalmente isso não é bom, porém, precisam sobreviver; disseram que se houver uma forma de explorar ou serem ressarcidos pelo não uso da área (uma espécie de ICM Ecológico), estão dispostos a aceitar; todavia, demonstraram muita descrença com a Prefeitura, mas que apesar disso liberariam a área para a Escola desenvolver o Projeto, e futuramente estão dispostos a conversar sobre a revitalização e a preservação da área.
Informaram também que foram criados naquela região, e, com muita tristeza lembram-se dos bons tempos em que as nascentes apresentavam águas cristalinas, eram piscosas e próprias para o banho.  

 UM POUCO MAIS SOBRE O PROJETO...



Um dos grandes desafios colocados para a humanidade na atualidade é conciliar crescimento econômico, desenvolvimento e qualidade de vida. O capital em sua lógica de assegurar a sua reprodução e acumulação sempre ampliadas impôs a todo Planeta, um modelo de “desenvolvimento” insustentável nos aspectos sociais, econômicos e, sobretudo, ambiental.

As atividades industriais se caracterizam por colocar no mercado produtos de curta durabilidade, condicionando o consumidor a voltar em intervalos de tempo cada vez mais curtos, para comprar novas mercadorias. Esta inovação constante é uma estratégia de vendas; não porque o bem fabricado tenha chegado ao limite de sua vida útil, mas tão somente porque os produtos mais novos realizam algumas funções a mais.

A conseqüência deste processo é o consumo dos recursos naturais muito além da capacidade de reposição dos mesmos pela natureza; alterações ambientais extremamente danosas para a humanidade: enchentes, furacões, aquecimento global, etc. Em virtude destes fatos, cabe a nós, educadores, despertar na comunidade escolar e sociedade douradense a reflexão sobre a ocupação e organização racional do espaço geográfico urbano e rural do município; pensarmos outros padrões de consumo e um novo modelo de desenvolvimento econômico, sob pena de inviabilizarmos a vida no Planeta.

Os educadores precisam desempenhar as suas funções, a de mediadores de apropriação e de produção do conhecimento tendo como prioridade demonstrar para a comunidade escolar e ao cidadão que o desenvolvimento urbano e rural tem que ser dar combatendo todo e qualquer tipo de práticas irracionais de exploração ou uso dos recursos naturais.

Centrando a nossa preocupação no tema, que deu origem a este projeto: “S.O.S NASCENTES DO CÓRREGO DA LAGOA”, A escola é uma das instituições sociais – pela natureza do trabalho que desenvolve - pode contribuir e muito, especialmente se os professores aceitarem o desafio de pensarem coletivamente a contribuição que podem dar para que governantes e a sociedade sejam convencidos que preservar e revitalizar áreas ambientais são ações imprescindíveis para a perpetuação da vida no planeta.

Em razão dos objetivos enunciados, a escola deve orientar todo o seu fazer pedagógico refletindo sobre a necessidade de um modelo de desenvolvimento eficiente economicamente e ecologicamente correto o que está a exigir uma ação multidisciplinar.

Em função das preocupações acima elencadas, nós, a comunidade escolar da Escola Estadual Floriano Viegas Machado decidimos pela realização de um projeto extremamente ambicioso: estudar a área em que estão situadas as nascentes do Córrego Lagoa (Jardim Pantanal e adjacências), visando não só preservá-la, mas, sobretudo revitalizá-la, tendo como público alvo alunos das turmas de 1º anos do ensino médio e moradores da área na qual será desenvolvido o projeto durante três anos (2009,2010 e 2011).

Toda a reflexão teórica será feita procurando evidenciar que a preservação do meio ambiente atrai investidores, eleva a auto-estima do cidadão, lhe garante melhor qualidade de vida, projetará positivamente a imagem de Dourados no cenário nacional e internacional, viabillizando, inclusive, captação de recursos para colocarmos em prática um modelo de desenvolvimento autossustentável e ecologicamente correto.
Durante a execução desta investigação alunos e os profissionais da escola serão estimulados a publicarem na forma de artigos, charges, vídeos, etc., os resultados e suas impressões decorrentes dos estudos que foram realizados. Serão buscadas patrocinadores e parceiros como forma de viabilizar o projeto no tocante aos recursos humanos, materiais e financeiros, publicação de materiais audiovisuais e uma revista, contendo as conclusões a que levaram estes estudos.

OBJETIVO GERAL

Desenvolver atividades de Educação Ambiental envolvendo a área em que estão localizadas as nascentes do Córrego da Lagoa, no bairro Santa Maria;
Realizar ações que resultem na preservação e revitalização da área que abriga o Córrego da Lagoa.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Estudar os valores morais, éticos e filosóficos que referenciaram o modelo de desenvolvimento econômico douradense;
• Compreender como a economia mundial influencia a atividade ambiental;
• Compreender a relação que a sociedade estabeleceu em Mato Grosso do Sul e no município de Dourados com o meio ambiente;
• Compreender o papel determinante dos grupos econômicos sobre a definição das políticas ambientais no município;
• Conhecer as leis que regem as atividades ambientais do município de Dourados.
• Caracterizar a população que reside no Jardim Pantanal e adjacência;
• Conhecer os movimentos ambientalistas existentes em Dourados;
• Realizar um levantamento das possíveis causas da degradação da área a ser estudada;
• Pesquisar as espécies vegetais nativas existentes e extintas;
• Construir um viveiro para a produção de mudas de espécies nativas;
• Compreender as políticas públicas de construção de conjuntos habitacionais;
• Buscar a constituição de um movimento permanente na escola Floriano Viegas Machado visando à construção de um modelo de desenvolvimento econômico e ecologicamente sustentável;
• Desenvolver ações educativas na comunidade escolar voltadas para as questões ambientais;

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